Um
contributo para uma logística inversa de excelência
Como é cristalino, o que
todos os parceiros de negócio desejam é que a Marta tenha rapidamente o
telemóvel que ambiciona, que a Dona Maria Amélia veja a máquina trocada num
ápice, e que o João António receba a tempo os produtos alimentares que quer
disponibilizar no “catering”. De facto, sem clientes felizes, não há negócios.
Claro que a
especificidade de cada empresa, sector de atividade, região e produto em
particular, torna a realização de metodologias para a logística inversa mais
difícil de concretizar do que na logística direta. No entanto, algumas
entidades, baseadas na sua experiência, têm procurado definir boas práticas de
implementação de organização e gestão da logística inversa.
Um modelo de referência é o da American
Reverse Logistics Association (RLA) que define sete características da boa
gestão da logística inversa. Estas medidas podem ser abordadas numa perspetiva
evolutiva, em que cada uma assenta sobre a realização da anterior, permitindo
identificar níveis de maturidade na gestão da logística inversa.
Para a RLA, uma boa
política de logística inversa exige a centralização das operações de devolução,
a nomeação de um responsável, o desenho detalhado de processos, a conexão de
processos e sistemas dos intervenientes, a recolha de dados exactos, a garantia
de visibilidade em tempo real, e uma tentativa permanente de evitar os ambientes
de resolução de emergências.
A estas regras podemos
acrescentar a utilização e rentabilização dos recursos disponíveis nos fluxos
diretos, a identificação das razões que levam os clientes a devolver os
produtos e combater as causas, a manutenção, controlo e acompanhamento sobre
produtos devolvidos, e a avaliação das oportunidades de “outsourcing” que podem
contribuir com recursos especializados e oportunidades de redução de custos
Neste campo, há ainda que
ter em conta que os sistemas de informação de suporte da logística inversa têm
que ser suficientemente flexíveis para suportar grande variedade de situações
imprevisíveis, apesar de a automatização dos processos de logística inversa ser
muito difícil em virtude das inúmeras situações de exceção que têm que ser
consideradas.
De facto, a logística
inversa é tipicamente um processo partilhado por várias entidades e entre
várias áreas dentro da empresa. Desenvolver sistemas que operem interligados
com várias empresas acrescenta mais complexidade aos sistemas de informação.
Para as operações de
retalho, sistemas que permitem efetuar um acompanhamento automático das
devoluções possuem inúmeras vantagens, já que aceleram a decisão de triagem,
garantem um tempo de processamento de devolução mais curto, medem o desempenho
dos fornecedores e controlam abusos nas devoluções.
A utilização de sistemas
de códigos de barras é uma prática corrente nos processos de logística inversa.
O uso de interfaces de comunicação entre sistemas é uma tecnologia que permite
acelerar os processos e aumentar o seu controlo (protocolos EDI, webservices).
Os sistemas de identificação por radiofrequência (RFID) têm vindo a ser
introduzidos com bons resultados nas operações logísticas, já que os sistemas
de rastreabilidade são fundamentais para a maioria das organizações. Noutros
casos, as soluções mais simples são as mais eficazes, como a colocação de
etiquetas coloridas de acordo com os critérios de triagem dos produtos
retornados.
Existem, depois, ao longo
da cadeia de valor do sector, um conjunto de operadores logísticos especializados
que oferecem, no seu portfolio de serviços, várias atividades de logística
inversa.
Um dos sectores onde esta
disciplina da Logística Inversa é mais evidente é o dos produtos tecnológicos (eletrónica
de consumo, informática, telemóveis, set-top-boxes, etc.). Este sector
proporcionou a criação de operadores especializados e é, sem dúvida, um dos
sectores com oferta mais ampla, desde serviços técnicos, até recolhas,
reembalagem e processos de abate.
O mundo da logística
caracteriza-se por uma acelerada mudança, surgindo novas tecnologias,
metodologias e, especialmente, novos requisitos de serviços pelos clientes. Para
assegurar o sucesso das operações em níveis de excelência, redução de custos,
aumento do desempenho e dos níveis de serviço prestado ao cliente, as empresas
mais dinâmicas apoiam-se na capacidade de parceiros especializados como a
Logistema para apoio ao processo de decisão.
Carlos Carvalho/Logistema
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